quinta-feira, 9 de maio de 2013

Comunidades de aprendizagem online



De acordo com Palloff & Pratt (2002) as comunidades de aprendizagem online constroem-se num ciberespaço em que os membros possuem interesses e objetivos comuns (cit. por Carvalho & Gomes, 2012). 

Este conceito é utilizado, por vezes, como sinónimo de comunidade de prática (Wenger, 1998), comunidade virtual (Rheingold, 2000) e comunidade de inquirição (Garrison & Vaughan, 2008). No entanto, as comunidades de prática surgem num contexto presencial e de trabalho enquanto que as comunidades virtuais e de inquirição emergem num espaço online. 

 As comunidades de aprendizagem têm sujacente a abordagem socioconstrutivista que defende que a aprendizagem deve ser ativa e colaborativa, transformadora das perspetivas de significado dos seus membros (Mezirow, 1991). E é neste sentido que se tendem a desenvolver.

As comunidades online podem desenvolver-se em contextos formais (nomeadamente em cursos ou unidades curriculares) ou informais (como as que surgem nos Massively
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). Estas são semelhantes no tocante às dinâmicas que criam, ao crescimento cognitivo e emocional dos seus membros, ao surgimento de líderes, ao respeito pelas normas, ao desenvolvimento de competências comunicacionais, técnicas, pessoais e sociais, entre outras, o que as distingue é sobretudo a duração. As comunidades de aprendizagem formal têm uma duração mais limitada de acordo com a duração da unidade curricular ou curso enquanto que as comunidades informais podem prolongar-se no tempo. Noutros tipos de comunidade, a sua existência finda quando o interesse que uniu os membros desvanece.

Na comunidade de aprendizagem todos os membros (professor e alunos) estão envolvidos num esforço de participação, partilha e construção de conhecimento (Dias, 2002) e isso implica que sejam criadas condições/actividades que aumentem a motivação, empatia, coesão e entreajuda entre os membros (Salmon, 2011), citado por Carvalho & Gomes (2012).

Segundo Paloff e Pratt (2002) os indicadores de uma comunidade de aprendizagem online em formação são: interacção ativa, aprendizagem colaborativa, significado construído socialmente, partilha de recursos entre os membros, expressões de apoio e estímulo entre os alunos e avaliação crítica e construtiva dos trabalhos pelo professor e formandos (Carvalho, 2009). 

Pelas leituras que tenho realizado neste âmbito, verifiquei que ao professor é designado diferentes termos tais como facilitador, animador, tutor, organizador, comunicador, entre outros. Segundo Palloff & Pratt, 2002, esta terminologia relaciona-se com os diferentes papéis que o professor desempenha na comunidade online. Também é assim que Salmon (2002) o perspectiva, no sentido em que ao longo do processo de ensino a distancia o professor vai assumindo diferentes papéis. Ele acaba por ter de desempenhar um perfil multifacetado que abranja as componentes pedagógica, social, administrativa e técnica. A presença online, a orientação e a disponibilidade são fundamentais para o sucesso do curso mas vai ao longo do curso desaparecendo, pois os aprendentes tornam-se progressivamente mais autónomos.

Assim, se verifica que a criação de verdadeiras comunidades de aprendizagem online tem uma grande implicação por parte do professor e por parte dos seus membros. Mas o esforço vale a pena e é isso que se pretende numa educação mais abrangente, alargada, global que ultrapassa as barreiras temporais e geográficas e culminam num conhecimento em constante mutação.


Carvalho, A.& Gomes, T. (2012). Comunidades de aprendizagem online em contextos formais e informais. In Currículo e Comunidades de Aprendizagem: Desafios e Perspectivas, 4, 121-147. Universidade de Coimbra.

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